Semana passada fui convidada para uma cerimônia de posse, seguida de
festa jantar. Rapidamente pintou a dúvida, como me vestir, com roupa de trabalho e ao mesmo tempo de festa, num calor de 40 ºC?
Elegi um vestido preto básico, fresquinho. Cabelo moicano com um coque simples, maquiagem apenas com olhos carregados no tom berinjela, nos pés sandália alta, meia pata (a única que o pé operado suporta). Resultado, tudo lindo, mas informal para a cerimônia de trabalho, então tive a idéia de vestir uma meia-calça preta, 7/8 para enfrentar o calor.
Na verdade não tive a idéia, lembrei de uma frase que li em algum lugar... “No mundo dos negócios, os pés descobertos não são considerados profissionais.” Como o jantar também era profissional, fiz como manda o figurino!
Perfeito, realmente só faltava ela para finalizar uma produção elegante para as duas situações! Fiquei tão feliz que resolvi homenageá-la no post de hoje.
Quando a meia-calça surgiu, na Mesopotâmia, há mais de 2 mil anos, com aquela costura na parte de trás, era um acessório para homens. Feita de lã ou algodão, servia para proteger do frio e tornar mais confortável a montaria dos guerreiros. No século XIV, ela ganhou outras funções: valorizar os dotes físicos dos nobres europeus e diferenciá-los dos plebeus. Além de novos materiais, foi enriquecida com bordados e detalhes, muitas vezes, caríssimos. Com o passar dos anos, os materiais ficaram cada vez mais finos e deixou de ser usada por homens, tornando-se um acessório essencialmente feminino. Em 1589, a Rainha Elizabeth I usou seus primeiros pares de meia de seda.
No início do século 20, as meias eram grossas e escuras. Elas não costumavam aparecer, pois os vestidos eram compridos. Nos anos 20, as saias subiram e as pernas se tornaram o foco da atenção, então elas deveriam valorizar as pernas femininas, embelezando e escondendo eventuais falhas.
Em períodos de guerra, com a escassez da fabricação de meias, as mulheres costumavam desenhar um risco na parte de trás das pernas para simular seu uso. Algumas pesquisas apontaram que cerca de 80% das entrevistadas sentiam mais falta das suas meias que dos maridos ou namorados!
Desde o surgimento do nylon, em 1935, as possibilidades para a fabricação das meias tornaram-se quase ilimitadas, passaram a ser elásticas, mais resistentes e puderam ser fabricadas em grandes quantidades, diminuindo o preço ao consumidor.
Nos anos 40 e 50 a meia-calça estava presente nas produções de atrizes e dançarinas, em especial nas das pin-ups, símbolos de sensualidade da época! Em Paris, as famosas dançarinas de can-can imortalizaram as meias.
Durante os anos 60 e 70 predominaram na moda feminina. Eram confeccionadas com fibras sintéticas, textura leve e macia, coloridas e podiam modelar e proteger as pernas ao mesmo tempo.
Nas décadas de 80 e 90 viveram o auge da tecnologia da produção. Madona, a deusa do pop, usou e abusou das meias.
Resumidamente, a história da meia-calça mostra a importância do acessório na composição do vestuário, desde os tempos mais remotos. Na história mais recente da moda, ela vem passando por altos e baixos. Muitos fashionistas já decretaram o seu fim, mas ela não só resiste como se atualiza. Ganha estampas, cores, bordados, aplicações. São finas, grossas, transparentes, compridas, curtas, enfeitadas, lisas, coloridas, de seda, de algodão, de lã, de nylon, de lycra, com compressão, anticelulite, enfim, seja lá qual for o modelo, a cor ou o tamanho, temos meias para todas as ocasiões e pessoas, que podem ir da academia de ginástica à balada. Ela transforma o visual das mulheres, deixando-as mais femininas, elegantes, sensuais...
Como a dita cuja será a queridinha desse inverno, farei o próximo post com as tendências atuais! Aguardem!
Ps.
Michelle, não consegui visualizar seu e-mail, espero que leia a resposta por aqui! A responsável pelas minhas sobrancelhas é a Rafaela Oliveira, do
Hélio do Lago Sul, 3364.2000. Ela faz a parte superior na linha e a pálpebra na pinça. É ótima e um amor de menina!